Qual é a maior vantagem competitiva na era da tecnologia?

A pauta da Inovação faz parte do dia a dia do mercado corporativo junto ao tema recorrente de sustentabilidade. Esse é o cenário que prevalece nas médias e grandes empresas que buscam reconhecimento de valor em suas atuações. Quando olhamos para as startups, esses também aparecem como temas agregadores de vantagem competitiva. E sabe por quê?

A primeira compreensão necessária, é que sustentabilidade não é um assunto novo. Há alguns anos, as organizações que promoviam ações voltadas para diversidade e inclusão, ou que mantinham algum viés de responsabilidade socioambiental já ganhavam destaque diante de seus concorrentes.

Entretanto, hoje, as práticas de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) não estão mais sendo aceitas apenas no papel, o que tem provocado uma transformação na estrutura e nos processos das empresas.

A grande “virada de chave” deste modelo de gestão está na forma de pensar o valor de uma instituição. Para o capitalismo moderno voltado para os stakeholders, o resultado deve estar no foco, na razão de ser e potencial de criar uma transformação efetiva no ecossistema, e não apenas no lucro. O acionista, por exemplo, quer ter seu retorno, mas é preciso que todo o ecossistema esteja funcionando para que este lucro seja legítimo.

E a forma como este valor é gerado para o acionista, colaboradores e toda a relação com meio ambiente já está sendo uma pauta recorrente nas reuniões de Diretoria, de maneira integrada. Portanto, a grande mudança na governança corporativa, quando o assunto é sustentabilidade, está na forma de pensar e de administrar efetivamente de acordo com esta realidade.

Uma empresa, incluindo uma startup, que não possui dentro da sua cultura práticas efetivas de ESG, que não investe em inovação e em ações reais de sustentabilidade, não ganha destaque entre seus concorrentes, pode ter dificuldade em obter recursos financeiros e perde, principalmente, mercado consumidor. Hoje, para um negócio conseguir sobreviver, essas mudanças são inevitáveis.

Essas práticas são importantes e geram vantagem competitiva, sem dúvida. Entretanto, as organizações devem cuidar para que seu principal foco, o cliente, não seja esquecido ou priorizado. Diariamente, acompanhamos inúmeras tendências que acabam nos tirando desse foco. Olhamos para o produto, para outras áreas e o cliente, o stakeholder que nos gera receita, acaba sendo mal atendido, se transformando em apenas um usuário.

Vejamos, de maneira simples, a trilha de uma a startup: ela nasce a partir da identificação de uma necessidade, ou problema que está disposta a solucionar, cria-se então o melhor produto ou serviço  viável; o coloca em produção e acompanha qual tem sido a sua aderência no mercado e efetividade, e em sequência, busca o crescimento.

O maior erro que pode ser cometido aqui é dispender recursos para dar o start nessa jornada, criar um produto, iniciar a sua validação e já seguir para o scale up ou crescimento, sem se importar com a qualidade que está sendo oferecida. Essa busca pela evolução rápida tem tirado o foco de muitos gestores que deveria ser o crescimento sólido e sustentável, e assim como a prática do ESG apenas no papel mencionado acima, pode gerar reatividade do consumidor e comprometer substancialmente o futuro deste negócio.

Adotando essa postura, perde-se, não só um cliente, mas o propósito que o fez desenvolver aquele produto ou solução, ou seja a empresa passa a navegar sem um rumo definido. E no fim, será a conquista e manutenção deste prospect que criará valor para a marca e estabelecerá a vantagem competitiva que a coloca em destaque.

Neste ambiente de mercado altamente competitivo as Startups não possuem tempo para estruturar suas defesas, ou seja, devem atuar sempre no ataque. Para tanto, seus gestores precisam, desde o início, construir os pilares de uma governança sólida, transparente e efetiva, mas que acima de tudo, que agregue valor para todos os stakeholders, principalmente para aqueles que garantem a sobrevivência do negócio, seus clientes.  

*André Klamas é Mentor da Trutec, o primeiro hub de soluções tecnológicas para a construção civil,Especialista em Finanças (Governança e Gestão Estratégica), Administrador de Empresas com Especialização em Economia de Negócios pela FGV-SP e Negociação pelo Insper. Possui grande experiência na estruturação e implementação de projetos de infraestrutura de aeroportos no Brasil e no Exterior.

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